align=justify>Faz hoje dois anos que este Canto nasceu.
Hoje ele reflecte a nossa forma muito própria de ser e estar.
É com muito carinho que escolhemos cada som, cada imagem, uma frase ou um poema. Sempre associados ao nosso estado de alma.
Um Canto onde em cada Canto, o canto é de amor.
TERNURA
Desvio dos teus ombros o lençol
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do Sol,
quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade!
há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!
David Mourão Ferreira